FORMAÇÃO
CONTINUADA DE PROFESSORES EM TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E
COMUNICAÇÃO ACESSÍVEIS
Módulo 3 - Introdução à Informática Acessível
Professor Cursista: Cássia Aparecida Valério e Paula Maria
Porfírio Rocha
Formador: Helena Sloczinski
Tutores: Nilsa Maria Conceição dos Santos e Cíndia Quaresma
Aluno: Wenderson, cursando o
Segundo Período dos Anos Finais da EJA, surdo, com prática na linguagem de
sinais. Apresenta limitações na comunicação verbal, mas com facilidade em se
comunicar usando a expressão corporal e interpretando satisfatoriamente a
mensagem do outro que não se comunica através de Libras. Necessita da ajuda da
intérprete, profª Paula Maria Porfírio
Rocha que o assiste todos os dias na sala de aula.
Descrição da atividade planejada pelo professor:
Objetivo: Decifrar carta
enigmática.
Disciplina: Prática Laboratorial
de Informática, Língua Portuguesa.
Realizamos
com o aluno a interpretação de duas cartas enigmáticas, a que nós elaboramos e
consta no portfólio e da nossa colega de curso Mari Tessaro, pois ele gostou
tanto de realizar a primeira que quis mais uma.
Tecnologia
Assistiva escolhida: símbolos de comunicação alternativa.
Reflexões sobre a experiência:
Wenderson
leu e interpretou usando a linguagem dos sinais com a intérprete e depois usou
a técnica de datilologia para escrever o que leu. Esta técnica de escrita não
segue as normas gramaticais convencionais, para eles elas não têm importância,
não a compreendem. Omitem artigos, preposições, pontuação, não conjulgam
verbos, enfim, esta é uma limitação dos surdos, porém o que importa é entender
a mensagem e se fazer entender à sua
maneira.Estas pessoas também não guardam nomes das pessoas, elas inventam um
sinal para o nome e apropriam-se dele. A todo
momento Wenderson procurou interagir com a professora Cássia e tentava
ensinar-lhe palavras e expressões através dos sinais. Sua escrita ficou assim:
“Eu gosto de ir Escola gosto de Estudar também brincar amigos e
desenhar”
As palavras destacadas em azul já
constavam na atividade, o aluno copiou-as. Depois de escrever ele pensou no
desenho que decifrou como brincar com amigos e perguntou se poderia ser fazer leitura com os amigos,
através da linguagem de sinais.
Conversando entre professores sobre o trabalho
realizado,pensamos como poderíamos realizar atividades semelhantes com os
alunos menores e combinamos de fazermos outras experiências, usando os PECS em
forma de materiais manipulativos. Se for oportuno poderemos compartilhar
novamente no portfólio ou no mural.
Ao
concluir a atividade percebemos que os alunos adultos especiais são como os
pequenos, gostam de inovações, desafios e atividades lúdicas. Wenderson
demonstrava alegria e satisfação tanto em conseguir realizar a atividade como
em ensinar o que sabe para a professora que não usa a sua linguagem.
“A comunicação humana é uma troca de
sentimentos e necessidades entre duas ou mais pessoas. “Quando uma mensagem
deve ser transmitida, tipicamente as pessoas utilizam a linguagem, que, quer
falada, escrita, ou por sinais, envolve um sistema que transmite um
significado” (BOONE; PLANTE, 1994, pg. 83).